Para a vivência de uma verdadeira pastoral é necessário tornar-se verdadeiros discípulos de Cristo, e acolher o seu profundo Mistério com responsabilidade, que é livre adesão de entrega. Só assim poderemos falar de uma pastoral que tem como base a figura do Bom Pastor.
Todas as referências expressivas e claras do Cristo, o Bom Pastor, traz em si a dimensão da entrega. Cristo, no seu profundo mistério, define como o Bom Pastor que entrega sua vida para que as ovelhas tenham vida. Quando Cristo afirma: “Eu Sou o Bom Pastor”, não modela uma figura retórica, senão faz-se cumprir aquilo que prega, realizando seu chamado.
Se o presbítero toma como norma de conduta o princípio proposto por Cristo haverá de concluir que seu fazer frente à comunidade há de ser um “oficio de amor”. Esta caridade pastoral tira o erro de só ver a pastoral fundada no ativismo e no protagonismo humano. Um sacerdote ou um bispo não apascentam suas próprias ovelhas, mas a de Cristo.
O pastor com seu comportamento reto frente à comunidade cristã serve a Cristo, em cujo nome atua, e serve a Igreja, para cujo bem tem sido consagrado sacerdote. Assim, vemos que o governo da comunidade não é feito pelo exercício de força ou de poder, senão de prestação e serviço por amor ao mandato de Cristo.
A pastoral tem que sempre ter em vista a unidade: a unidade do único corpo. Esta unidade só será realizada em torno da verdade e não em torno dos múltiplos movimentos de protagonismo humanos. É uma unidade (comunhão do corpo) que se realiza na adequada compreensão da realidade (teologia), onde cada um em seu lugar vive sua vocação.
Portanto, o protagonismo puramente humano forma cada vez mais a incapacidade de compreender a verdade que é a entrega. Uma entrega que não leva a morte e sim a vida, como a entrega de Cristo que gerou a Igreja. Assim, vemos que não tem como uma pastoral ser unida, orgânica, quando ela não é autêntica. Se ela não forma membros não tem como formar união.
Padre José Luís de Araújo Paiva
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